COMUNIDADE...


Morar em comunidade é algo peculiar. Você deve saber como compartilhar, dividir, trabalhar, morar. E saber compartilhar não é algo fácil, pois você não divide apenas trabalho e um teto pra dormir, mas também sentimentos, dor, paixões, problemas.
Tentar manter uma privacidade da sua vida é uma coisa impossível, você pode tentar de “n” formas mas sempre vai ter aquele alguém que viu alguma coisa ou ouviu algo que você mantinha para você mesmo ou dividia com uma pessoa da sua confiança. Se você é daqueles que preza uma vida particular, que não gosta que os outros saibam do que você faz, perca as esperanças.
O trabalho se torna mais... digamos, íntimo pois antes de trabalhar você encontra seus colegas de trabalho no café da manhã e no final do dia no jantar quando não divide o quarto com elas.
Se você está apaixonado ou sofrendo por alguém que ama, pode ter certeza que todos estão acompanhando sua felicidade ou dor, mesmo sem você saber. As informações fluem das maneiras mais diversas, pode ser via oral, quer dizer, no boca a boca, internet ou telefone. Depende da comunidade em que se está vivendo e dos recursos que você tem disponibilizados.
Não que ter esse estilo de vida seja algo horrível, pelo contrário, é um ótimo exercício pra você mesmo. Somos tão apegados à nossa individualidade, ao nosso próprio eu que quando temos nossa vida parcialmente exposta aos outros tudo o que podemos fazer é procurar meios para lidar com isso. Aprender a compartilhar é o melhor deles, não esquecendo nunca de ter um pouco de paciência e compreensão para com os outros, porque ninguém é perfeito e se fossem tudo seria tão chato pois não aprenderíamos nada com ninguém. Qual é a graça de ter tudo certinho sem nada que nos faça “coçar a cabeça” ou deixar aquela “pulguinha atrás da orelha”?
O casamento é um compartilhamento de tudo, não é verdade? Digamos então que estaríamos casados com toda a comunidade e isso não precisa ser levado ao pé da letra. Não vamos sair por aí dormindo com todo mundo naquele estilo “to te querendo” ou no “ninguém é de ninguém”, é apenas uma comparação.
Expor a nós mesmos é algo complicado, mostrar nossas limitações e fragilidades aos outros é algo insuportável. Mas você já se perguntou... Por quê esconder?



Tsering!

10 comentários:

Unknown disse...

Bom, vc já sabe q adoro seus textos e sou sua super fã, mas nem por isto precisa entrar na minha mente e escrever sobre o dilema q estou vivendo rsrsrs. Credo parece q foi especificamente pra mim. Vc é foda e fera. Adoro vc. Obrigada por estas preciosidades. Por expor tão claramente aquilo q fica embotado na mente da gente...

BioBlog disse...

adorei!
Seu blog eh lindo em forma e conteudo!

beijo,

Mary Pop's disse...

Adorei !!!!!
(adoro tudo que vc escreve! arrasouuu)
Isto tudo reflete muito o meu, o teu o nosso cotidiano...pois não somos uma ilha, felizmente.
Nossas esperanças e medos na convivência com os outros é o nosso grande desafio ... (estas pessoas estranhas que invadem a nossa vida sem pedir licença e que nos conectamos a elas por pura simpatia - na maior parte das vezes, claro).
Sabe Fabinho, eu acho se vc fosse o Dalai Lama, você diria, que não somos apenas "casados" com alguém ou com uma comunidade mas com todos os seres (ai que medo) a coisa é muito mais ampla do imaginamos e ao mesmo tempo fascinante como em uma grande aventura e, se soubermos tirar proveito de cada momento destes, destas conexões inesplicáveis!!!! seremos pessoas melhores, abertas e livres. Te adorooooww muito

Juliene Lemos disse...

Em parte vc tem razão...mas como já morei numa comunidade sei que a convivência em conjunto não quer dizer necessariamente "compartilhar" "estar junto na dor do outro e na sua felicidade". Muitas vezes as pessoas sabem (comentários - fofocas),mas de fato não sabem nada do que acontece em seu coração, ou mesmo não tem capacidade emocional para isso. Então, é bom manter certa privacidade, pois nem sempre o que é público é de fato saudável. é claro que não temos controle de muitas coisas... e isso é prática! Mas por outro lado temos que aprender a compartilhar nossos sentimento com pessoas que de fato tem o coração aberto para ouvir. "Casar" com uma comunidade ou com todos os seres que dizer ter o coração aberto para o outro e não para FALAR DO OUTRO.

teste disse...

oi fabio... achei muito bacana suas colocacoes mas acho que retrata uma face deste estilo de vida.... gde abracao e gosto ,uito de visitar vc por aqui...

Tsering! disse...

Com certeza! Tudo o que coloquei aqui é apenas uma face disso tudo, mas tudo de um modo geral acaba sendo interligado, como tudo na vida...

Unknown disse...

não está sendo fácil...(literalmente). Força amigo! te adoro! Abraços. rafa

Mander disse...

Oi Fábio, parabéns pelo blog, está bem legal!! Hoje consegui tempo para ler com calma e me dedicar um pouco a vida social virtual da internet. Tive uma folguinha hoje. Parabéns pelo texto, gostei bastante de ler, bem prazeroso. Abração!

Unknown disse...

Oi, Lindo!!!! Estou cada vez mais admirada com seu crescimento... Intelectual, moral e literário. P A R A B É N S ! ! !
Sem contar que o admiro pela capacidade de "viver em comunidade", algo absolutamente distante da minha capacidade... Você sabe como sou em relação aos meus pensamentos e, principalmente, sentimentos... Tento mantê-los em segredo até a morte!!!
Mas você não é assim, não é covarde!

Beijos

Padma Lodrön disse...

Estou me sentindo uma velha aqui. Casamento é compartilhar tudo... acho que não. Tenho 32 anos de casada e 37 de convivência. Tem coisas que ele jamais vai saber de mim. Certa vez, fazendo uma terapia de grupo - eca! - a mulher perguntou em quem a gente confiava mais. Uns disseram pai, mãe, amigo(a), até padre. Eu, fiquei pensando e conclui que a única pessoa em que confio totalmente sou eu mesma, na minha natureza búdica, no meu refúgio. Agora, pára de dizer que você é um escritor de fundo de quintal! Você escreve bem pacas! Não tem aquela verborragia que ninguém entende, escreve como um rio, fluindo... Estou adorando. Apesar de estar me sentindo velha. É. 57 anos é velha mesmo, né? Ana Carmen Pema Lodrön.