Hoje, em meio a uma taça de vinho e às turbulências de pensamento que correm em minha mente, eu parei. Parei em meio à minha loucura diária, parei em meio às minhas distrações mundanas, parei em meio a meus problemas ordinários.
Enquanto pensava em mim, nas minhas necessidades afetivas e emocionais, enquanto olhava o meu umbigo, eu percebi. Em uma fração de segundos o tempo se expandiu, abriu-se um espaço e nele eu pude sair de mim e ver o outro, ou melhor, os outros.
Consegui perceber que há muito mais que eu no mundo, pude ver as pessoas e seus conflitos, pessoas próximas e quem eu nem conheço. Pude sentir seu sofrimento, suas necessidades e isso abriu um penhasco em minha mente. Uma rachadura de sabedoria sobre uma rocha de ignorância que persiste praticamente resistente.
Os meus olhos viram tanto sofrimento comparado ao meu, outros dos quais não merecem comparação, são piores do que aquilo que já consideramos piores. Senti os olhos do medo, da aflição e da insegurança.
Com esses olhos eu pude perceber o quanto as pessoas e seres estão afogados no oceano de existência, pude ver que a equanimidade está presente entre nós nesse momento, pode ser rico, pode ser pobre.... o medo e o sofrimento estão presentes de formas diferentes, mas estão.
E isso me deu vontade de sair por aí, sair caminhando e olhando nos olhos das pessoas tentando de alguma forma espalhar o amor a elas.
Você me ajuda?
Tsering!