Hoje

Hoje, em meio a uma taça de vinho e às turbulências de pensamento que correm em minha mente, eu parei. Parei em meio à minha loucura diária, parei em meio às minhas distrações mundanas, parei em meio a meus problemas ordinários.

Enquanto pensava em mim, nas minhas necessidades afetivas e emocionais, enquanto olhava o meu umbigo, eu percebi. Em uma fração de segundos o tempo se expandiu, abriu-se um espaço e nele eu pude sair de mim e ver o outro, ou melhor, os outros.

Consegui perceber que há muito mais que eu no mundo, pude ver as pessoas e seus conflitos, pessoas próximas e quem eu nem conheço. Pude sentir seu sofrimento, suas necessidades e isso abriu um penhasco em minha mente. Uma rachadura de sabedoria sobre uma rocha de ignorância que persiste praticamente resistente.

Os meus olhos viram tanto sofrimento comparado ao meu, outros dos quais não merecem comparação, são piores do que aquilo que já consideramos piores. Senti os olhos do medo, da aflição e da insegurança.

Com esses olhos eu pude perceber o quanto as pessoas e seres estão afogados no oceano de existência, pude ver que a equanimidade está presente entre nós nesse momento, pode ser rico, pode ser pobre.... o medo e o sofrimento estão presentes de formas diferentes, mas estão.

E isso me deu vontade de sair por aí, sair caminhando e olhando nos olhos das pessoas tentando de alguma forma espalhar o amor a elas.

Você me ajuda?

Tsering!

Apego e amor. Apego ou amor?



Cá estou eu sentado em frente ao meu computador pensando em certos pontos da minha vida. Dentre estes pontos, um dos mais importantes, senão o crucial, é o amor, o amar.

Quem nunca amou? Quem nunca sentiu aquele frio na barriga ao conhecer alguém que de uma forma ou outra chamou sua atenção em especial? Receber o carinho, o afeto e o cuidado de uma outra pessoa nos movimenta, nos faz feliz, alimenta a alma e abastece o coração. Mas até onde isso é realmente amor? É o que eu sempre me questiono.

Por experiência própria, e eu apenas posso falar por mim mesmo, vivenciei meus romances de forma muito intensa, onde o que eu sentia era um forte apego em querer satisfazer a mim mesmo. Dei-me conta disso depois de muito tempo analisando meus próprios atos.

Quanto mais eu me sentia sozinho ou sendo abandonado, mais eu buscava cuidar muito mais do outro, com um medo intenso de ser largado. Receber a notícia de um suposto fim de namoro me deixava doente, fraco e eu me sentia um derrotado. Com uma dor intensa no peito, eu procurava sempre encontrar uma resposta, tentava por impulso tirar alguma resposta convincente do meu ex parceiro para tentar entender o porquê de estar sendo deixado. Nada do que a pessoa falava me deixava satisfeito, pois eu estava apenas olhando para mim mesmo. As palavras batiam no meu rosto e se perdiam por entre o vento, perdendo assim a sua essência e o seus significados.

Tudo isso por não ver o apego que sentia, me dei conta depois de anos e de mais maduro que o amor eterno que sempre proclamava não passava de um sentimento de carinho e de muito apego envolvido.

A linha que cruza ambos os sentimentos é muito sutil e pode ser misturado com uma facilidade incrível.

O "querer", o "ter", o "é meu" é muito forte na gente. Não há uma única pessoa que não tenha uma questão afetiva mal resolvida, mesmo tendo sido amada o suficiente por pais extremamente afetivos e amorosos.

A venda de um futuro perfeito e feliz ao lado do amor de nossas vidas é muito bem estampada em todos os comerciais e propagandas que vamos recebendo dia a dia, minuto a minuto.

A ideia é comprada e muito bem recebida por todos desde a infância. Quem consegue resistir?

Então se você realmente encontrou o amor de sua vida, ou do seu momento atual, por favor, aproveite ao máximo esta oportunidade, olhe para o outro e aprenda a doar, doe com uma generosidade jamais vista. Dê seu carinho, amor e faça a pessoa feliz. Afinal, a vida é curta e a oportunidade pode passar batida.

E, se for o caso, em um futuro, deixa-a ser feliz com quem ela ache que possa ser.

Pois ela já foi feliz com você.


Tsering!

After the storm




Depois que a tempestade de emoções aflitivas passa, sentir o vento tocar nosso rosto com a sensação de crescimento da experiência passada torna-se irresistivelmente fabuloso.

... hoje o crescimento toma conta de minha mente mais do que antes e eu realmente me sinto um adulto.

As dores e feridas do passado, a raiva exposta da forma mais destruidora possível se desfazem na dança da vacuidade e eu me redescubro como um novo ser com mentalidade, forma e habilidade não antes descobertos.

É isso.

Tsering!

Out of our own control



Repetidas vezes nós queremos que as coisas se resolvam em um estalo de dedos, de forma perfeita e no exato momento em que achamos adequado. É aí que está o "X" da questão.
Eu fico ansioso, nervoso e extremamente impaciente quando algo não se desenrola da forma como eu planejei. Por impulso, eu acabo metendo os pés pelas mãos tentando forçar a velocidade natural das coisas e tudo acaba por ficar pior do que poderia estar.
Citei meu próprio exemplo, mas isto é algo que vivenciamos a todo momento. Sentimos aquela palpitação, uma agitação cruel que nos impulsiona a resolver a questão de uma forma pessoal e rápida.
O que não nos damos conta é que para tudo há um momento certo de início, meio e fim e que não dá para pular uma dessas etapas.
Se não fizermos, ficamos nos consumindo, sofrendo porque não sabemos esperar, não sabemos olhar para a situação em si e apenas observar, sempre precisamos agir.
Mas então, o que seria olhar para a situação?
Seria apenas encarar o problema, olhar nosso sentimento em relação a ele e descansar. Observar nossas reações nos deixa mais alertas para quando uma situação ruim surge.
Se tentamos resolver a nosso modo, com a emoção no controle do barco, pulando as etapas naturais, a coisa que realmente não seria nada, acaba se tornando imensa. E por pura burrice e ego.

Think abou it.

Tsering!