Perdas e ganhos


Nas últimas semanas tenho vivenciado grandes momentos em minha vida, momentos bons e momentos péssimos. Tenho aprendido muitas coisas, aprendido a ver como sou e como vejo os outros. Indiretamente, andei fazendo uma auto-análise de tudo o que eu sou e de tudo que eu tenho e do que eu tinha, do que ganhei e do que eu perdi.

Ganhar é tão bom, não é mesmo? Nos sentimos confiantes, felizes, satisfeitos de termos conseguido o que almejamos. Mas e quando perdemos o que tínhamos? Quando perdemos o que conquistamos com trabalho árduo ou com uma certa facilidade? Isso mexe com nosso ego, nos deixa evasivos e completamente sem saber o que fazer, principalmente se gostamos realmente daquilo que foi perdido. A dor da perda é um luto, uma luta de forças adversárias, o Yin e o Yang em completo campo de batalha interno, uma arena mental em que nos defrontamos com leões famintos e temos que degladiar para sobrevivermos. Essa luta pode levar a rumos bem distintos como a derrota e sofrimento constante na qual ficamos de mãos amarradas e perdidos na espiral do orgulho ferido, num ritmo de vai-e-vem fazendo o gênero de "coitadinho de mim" ou a um estado de vitória, mas não uma vitória material e sim mental.

Como isso pode ocorrer? Eu explico. Essa vitória é conhecida como sabedoria. Deixar a sabedoria se sobressair ao ego e ao orgulho é uma sensação fantástica. Reconhecer a perda como um aprendizado deixa o sofrimento transformar-se em amadurecimento. Você pode ter perdido, ter ficado destruído com a batalha interna, mas se reconhecer isso como aprendizado e amadurecimento, a temperança triunfará e você sairá praticamente ileso da arena. Reconhecer nossos erros perante os outros e nos redimirmos, acaba nos deixando mais humildes e maleáveis, pois descobrimos um lado que nunca enxergamos - o que se passa em nossa volta e não em volta do nosso próprio umbigo.

Saber perder é a verdadeira redenção, bater de frente com o ego é um acidente, você pode se sentir seguro mas a seguradora dará perda total ao carro orgulhoso que rodamos pelas estradas tempestuosas do nosso fluxo mental. Vai querer ficar a pé? Ou prefere assegurar a bicicleta chamada de humildade? Ela demora mais mas chega ao lugar desejado e detalhe, quanto mais você andar nela menos pedras surgirão nesse caminho.

Aprender a perder é o maior ganho que poderemos ter, é na perda que se descobre quem somos, pois tudo despenca como jaca podre do pé e vai apenas mostrar nosso verdadeiro eu. O gladiador consegue triunfo e vitória sobre as forças ocultas e negativas que flutuam dentro de nós, o leão deixa de atacar para se recolher à sua toca.

Reconheça seus erros, redima-se se for preciso, conserte os erros... A vida é curta e não saberemos como será o amanhã...

...e bons ganhos.



Tsering!

2 comentários:

Mary Pop's disse...

este texto me fez lembrar de um trecho de um outro texto...
que estava pensando em te mandar:

"A morte de uma relação começa quando as pessoas ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem se atentarem ao que vai no coração das pessoas, para ouvir os seus sentimentos, desejos e opiniões reais. É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, mas que tem o seu valor, pois é o lado mais importante do ser humano..."

obrigada por tudo!!!
meu doce escritor...
beijinhos

Unknown disse...

Nossa, adorei...
Acho q vc devia escrever pra alguma revista...
Arrasou. Agora vou ter q dar um pau no orgulho q surgiu por vc ser meu amigo rsrsrsrs.
Bjão.