Estar sozinho....

bebe a nadar sozinho

Momento a momento eu me pergunto: O que vem a ser uma relação? Compartilhamento, cumplicidade, amor? Bom, talvez estes sejam tópicos que a maioria das pessoas buscam em suas vidas. Será que é isso mesmo?

Bom, vamos começar do princípio. Você está ali, na sua, bebericando um "drink" em algum pub, também pode estar curtindo um cigarro - inspirando muito CO2, sentindo aquele prazer ínfimo e contribuindo para a destruição da camada de ozônio, mas isso não vem ao caso, também não tenho nada contra os fumantes pois já fui um, mas que estar sem aquela fumaça dentro dos pulmões não tem preço, realmente não tem. Mas vamos continuar, você está lá super bem consigo mesmo, desfrutando o que sua solteirice pode lhe oferecer. Então de repente e não mais que de repente, surge alguém entrando neste pub e você percebe esse alguém. Faz uma análise de cima à abaixo, nota a cor do cabelo e a maneira como ele está cortado e penteado, percebe a roupa, a maneira e o estilo de se vestir, percebe também a maneira como ele é (tudo de longe). Dar uma olhadinha e mostrar que você a percebeu vale a pena, flerte casual sempre é muito bom, principalmente se tem uma resposta em troca, dá aquela massageada no ego que nos deixa estufados como pombos em época de acasalamento.

Quando você menos espera, estão conversando, batendo uma papo legal, trocando algumas coisas relacionadas à intimidade... aquela esticadinha pós festa na casa dele ou dela e... BOOOOOOMMMM!!!! A maldição da paixão caiu dos céus como um raio em cima de você. E agora meu Pai do Céu? O que devo fazer? Tudo estava indo tão bem, sentir-se livre, sem impedimentos, fazer o que desejar sem dar satisfações de onde vai e com quem vai. E agora você está sentindo-se algemado, preso, encalacrado, dependente do carinho e atenção do dito(a) cujo(a).

Nessas horas digamos que o bicho pega, porque por mais que temos um sonho de estar com a pessoa ideal - o príncipe montado no cavalo branco - nós descobrimos que na real isso é uma ilusão. O digníssimo namorado têm lá seus defeitos e não são poucos assim como também o temos, mas o problema é a projeção que damos ao parceiro, uma idealização violenta de tudo que de uma certa forma falta em nós mesmos (conscientemente), mas que lá no fundo nós realmente temos, apenas não sabemos disso.

Damos tanta vazão à realização e satisfação pessoal que esquecemos realmente quem a pessoa que nos acompanha é de fato. Quando não nos sentimos satisfeitos internamente, acabamos caindo em frustração, vemos que a relação não está indo de vento em popa, um pensamento vêm em nossa cabeça: O que será que está acontecendo com o fulano? Será que ele não está mais a fim? E aí começa o ciclo de paranóia emocional e a sensação de perda começa a surgir e emerge um medo esdrúxulo que começa a nos deixar afogados num mar de desespero.

Mas o que a gente não se dá conta é no que realmente está acontecendo dentro de nós mesmos, nos processos internos e inconscientes e até conscientes que nos levaram a ter estes pensamentos. Se estamos com uma sensibilidade mais aflorada, podemos perceber sutilmente esses processos, mas na maioria das vezes a emoção a encobre com um muro de lamentações, raiva e amargura.

É nesse ponto que me refiro sobre o título deste artigo, estar sozinho não quer dizer necessariamente não ter ninguém mas sim, se voltar pra dentro de si mesmo. quando se está com alguém é o maior momento em que estamos sozinhos, em busca de nossas próprias idealizações. Pensamos muito em nós mesmos nesses casos, isso de alguma forma acaba sendo um grande aprendizado, se formos maduros o suficiente e soubermos encarar nossas frustrações com firmeza e não tentar fugir delas - a fuga só atrasa mais as chances que temos de melhorar e trabalharmos esses medos que nos consomem muita energia - aí então seremos capazes de mantermos relações amistosas em diferentes níveis com diferentes tipos de pessoas.

O desejo nos rouba de nossa própria linha de raciocínio, entramos fundo no negócio como se entrássemos num rio de correnteza muito forte.

Estar sozinho é tudo isso, é estar com alguém ao seu lado e saber que estamos mais sozinhos do que nunca, afinal nascemos sozinhos e é sozinhos que devemos enfrentar nossos obstáculos. O companheiro é apenas a ponte para essa realização, a conexão que faltava. É através dele que aprendemos a lidar com nós mesmos.

Relação não deve ser encarada como medo e falta de liberdade, lembrar-se que ela é a mais alta forma de liberdade é a essência que devemos buscar, mas ao contrário fugimos dela e nos prendemos mais e mais.

Eu acho que não é bem por ae que a coisa funciona. E você? O que tem a dizer sobre isso?



Tsering!

8 comentários:

Anônimo disse...

Estar sozinho e bem acompanhado né??!!Adorei o texto..
bjinho

Anônimo disse...

amigo! sei comé!!!!
você está pegando o jeito..
bjs
[:)]

Unknown disse...

Humm... Ehhh... Ã??? Pois é né... é isso aí... é fodaaaaaa rsrsrsrs. E aí?
Mas dá pra parar de escrever esses textos q mexem lá no fundo e escrever umas piadinhas? hehe
Brincadeirinha... Adorei!
Beijão.

Unknown disse...

Oi querido! Gostei de sua reflexão. A minha é que que quando vamos fundo no estar sozinhos e descobrimos nossos temas mal resolvidos de solidão, podemos ver a mágima da interdependência, asligações não visíveis que cuidam de nós. Aí descobrimos que não estamos sós.

Anônimo disse...

Oi queriiiido!
Te encontrei por aqui!! Fiquei tão feliz!
Li e reli teus textos deliciosos demais!
Que maravilha!
Posso te linkar nos favoritos do meu blog?
Quanto ao texto , acredito que a maturação individual leva a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. Ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.Surge nesta etapa uma relação de respeito e aconchego onde a complementariedade é a troca de felicidade desimpedida.
Um beijo grande pra você!

Mary Pop's disse...

Nossa, fiquei bege!!! pois este texto fecha com o meu momento atual. Estou na busca deste "estar sozinha", ao menos neste momento (risos). Sinto necessidade de parar com aquelas novelinhas que passam na nossa mente diariamente (e na esperança que tenham um final feliz)... parar de construir os famosos castelos de areia e parar principalmente de colocar aquela mobilibioa pesada dentro...
enfim...
beijos meus

Anônimo disse...

Eu sou paranóica emocional... eu sou paranóica emocional... eu sou paranóica emocional... affffeee!!! (sou paulista também...)... vc pegou no ponto,querido. Talvez uma solução (ou parte dela) possa ser inspirada pelos nossos amigos alcoólicos (vício tão parecido com o nosso, os viciados-em-felicidade-eterna), quem sabe olhar para dentro, reconhecer, e se comprometer: "hoje, só por hoje não vou escutar minha novelinha particular!..", "não vou criar intensidades...", "vou deixar a impermanência - e o saco dos outros - em paz!..."...hummm, ainda estou perdendo este jogo por vinte a zero... é tão ardiloso, tão perigosamente inteligente, esse mecanismo do qual vc bem falou, usar nossas percepções distorcidas pelas próprias frustrações para "enxergar" as tais mudanças e falta de interesse do outro... (sempre o outro, claro)... e justificar as cobranças intermináveis. E a roda retorna... e o mundo gira... e estamos no mesmo lugar. E sozinhos. E se aceitássemos as nossas frustrações... e arriscássemos ser felizes e completos... e rir de tudo isso, de nós mesmos, dessa paranóia toda... só por hoje?!!!....
O que aconteceria?...
Amigo querido, além de paranóica e paulista, estou ficando muito prolixa... ppp... mas não consegui deixar de compartilhar a reflexão que seu texto provocou... taí, escrevi!!! beijos grandes para ti e para toda a família vajra gaúcha querida, amei estar com vcs!!!... :)

Valcir disse...

Primo,
Tento entender o que é ganhar e o que é perder. Estar só é perder ou ganhar? Essas perguntas, acredito, pairam nas cabeças de quase todos os habitantes do nosso planeta. Senão vejamos: o que nós ganhamos atacando ou protegendo os nossos pseudos desafetos? Acredito piamente que nada. Independente do lado que o vento sopra, seja sul ou norte, o que importa é que nós nunca estejamos sós; seja de governantes, amigos, família, enfim, precisamos estar sempre perto de algo que nos mostre o sentido da vida: amor, doutrina, espiritualidade.